sábado, 21 de junho de 2014

Moloch: O Rei do "abominável" povo de Amom:

 
 


  
 
 
 
 
 Encontramos pela primeira vez, dentro das crenças Semitas, a existência dessa Divindade. Moloch, o Deus do fogo, senhor do batismo ígneo, teve sua origem nos cultos nomades do mediterrâneo e foi integrado a diversas civilizações sedentárias no decorrer das adaptações desses povos errantes em diversas partes daquelas terras.

Moloch foi um Deus muito difundido na crença Fenícia (Melkarth), Cartaginenses(Baal-Meleque) e Amonitas (Malcom), sua marca notável, consistia num ídolo de bronze onde eram efetuados os ritos de fertilidade, método de adoração Solar primitiva.



O batismo de fogo :

Originalmente, os métodos ritualísticos desse majestoso culto eram bem diferentes do comumente abordado pela historia, O ídolo Solar de Moloch tinha uma função batismal peculiar, envolvendo um elemento pouco comum nos ritos de passagem infantil, ao invés de utilizar o elemento água, como seus ancestrais Semitas, enquanto nômades, os povos envolvidos na crença posterior de Moloch, utilizavam o fogo como elemento de iniciação das suas crianças:

"... Embora, nos tempos dos reis posteriores, as crianças foram realmente dadas a Moloch e queimadas como ofertas, mesmo entre os israelitas, mas, anteriormente, de nenhuma maneira se segue a partir deste, que "A passagem para Moloch" ou "Passar pelo fogo", significou abate e queima com fogo..."

"... Fazendo passar através do fogo' denotando o ato principal de envolver-se pelo fogo sem se queimar, em Fevereiro eram efetuadas purificações através do fogo, pelo qual as crianças foram consagradas a Moloch; uma espécie de batismo ígneo, que precedeu o sacrifício. Em Fevereiro foi praticado entre as mais diferentes nações sem estar conectado com sacrifícios humanos, e, como a maioria dos ritos pagãos, sem dúvida a adoração de Moloch assumiu diferentes formas em diferentes momentos e entre diferentes nações. "

Keil-Delitzsch, Comentário ao Antigo Testamento, vol 1, o Pentateuco (Grand Rapids, Eerdmans, 1980), página 416-417

Moloch e o Judaísmo :

* No Septuaginta.é denominado Moloch, a primeira menção: Lev XVIII 21, onde o israelita está proibido de sacrificar qualquer dos seus filhos a Moloch, da mesma forma, em Lv XX. 2-5, é decretado que um homem que sacrifica a sua descendência a Moloch, será morto.


* Em I Reis XI. 7, é dito que Salomão construiu um lugar alto para Moloch na montanha, está defronte de Jerusalém."


* Em I Reis XI. 7 chama Moloch de "Abominação dos filhos de Amom"( Conotando sua origem cultista sacrifical infantil nos reinos Amonitas). era anteriormente assumido que este culto foi conceitualmente reproduzido dos fragmentos conhecidos sobre a crença precedente, mas, pouco se sabe sobre a religião Amonita.



O Kronos Cartago. O Moloch Fenício:

* O historiador romano Diodoro e outros historiadores antigos relataram o sacrifício de crianças feito pelos Cartaginenses: "Havia na sua cidade uma imagem de bronze de

Cronos inclinado, estendendo suas mãos com as palmas para cima, de modo que cada uma das crianças, quando colocada nela, rolava para baixo e caia numa espécie de poço escancarado e cheio de fogo".

A arqueologia comprovou o desbravar e influências Fenícias em várias regiões Europeias, com maior presença nos territórios Gregos, em busca de metais para sustentar a necessidade comercial oriental. Nesse período de contato, o culto de Kronos foi fundido ao Moloch ( Que já havia sido mesclado com os conceitos pagãos do culto a Baal), surgindo a Divindade mais sanguinolenta da historia do Paganismo :

Malik-Baal-Kronos

O culto desse epiteto oriundo da fusão dos três cultos, ocorreu, segundo especialistas, após o contato da cultura Fenícia com as tradições do culto Cartago a Kronos( Deus da fertilidade, agricultura, ciclo da vida na visão Cartaginense). Os Cartagos possuíam influencias do povo de Tiro e seu culto a Melkath ( Um epíteto de Moloch), nessa questão,

encontramos uma tradição em extrema metamorfose ciclíca, onde os fragmentos do misterioso culto Amonita acabaram unindo-se, formando um novo culto, conceitualmente próximo a origem Amonita iconograficamente diferentes, contudo, efetuando um resgaste aos princípios abrasadores do costume sacrifical posterior a sua origem nas tradições batismais, resgatando o Deus Malcom, seu primeiro nome e forma de culto ligada a queima de crianças, surgindo aproximadamente, no período de fixação dos povos nômades do oriente médio.

Os príncipes de Moloch:



Dizem os mitos Amonitas, que toda mulher era desvirginada por Moloch e que seu primeiro filho era uma cria do Deus Solar e o mesmo reivindicava a presença dos seus príncipes, esse conceito mítico era relacionado com a origem sacrifical no culto de Malcom, onde o Deus, como um Rei eterno, não permitia que seus filhos crescessem e pudessem reclamar seu trono, eternizando-os como crianças, encontramos mais uma vez, uma similaridade profunda com o mito de Kronos, Deus que devorava seus filhos pra garantir a perpetuação de sua posição suprema.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário