domingo, 22 de junho de 2014

Mago x Feiticeiro

 
 
 
 
 
 
                             " O feiticeiro dar-se ao diabo." " O diabo dar-se ao mago."

 Afirmações impactantes que leitores ocultistas se depararam em suas aventuras pelos meandros místicos de Eliphas.

  Quando observo tais conceitos, começo a refletir sobre a atuação do feiticeiro e seu cotidiano psicológico/psico-mágico. O diabo como alegoria central de toda propriedade maligna comportamental sugestionada por culturas com base em conceitos morais influenciados por textos arcaicos transformados em leis sacras utilizadas por impérios em ruínas, procurando uma estratégia conveniente pra tirar de seus ombros a incompetência de sua administração a beira de um colapso, pode representar o conceito instintivo humano, desprovido de qualquer limitação oriunda de ideologias de controle coletivo, buscando a libertação em amplos aspectos, utilizando o dito "mal" como a mais pura forma de atuação/ Imagin'Ação , ligado a feral interpretação da realidade imposta por nossa condição mental inconsciente.  

  Interpreto o feiticeiro como um agente contra cultural, diferente do Mago e sua racionalidade analítica, observando o todo criando considerações filosóficas, trazendo pra si tais conceitos e sintetizando questões sobre o mesmo, construindo dogmas baseados nessa observação, reproduzindo a nível proporcional a sua capacidade sensorial os processos da natureza como um  todo, transformando tudo em conhecimento baseado em ciclos existenciais, num processo mnemótico natural de nosso centro nervoso que muitos chamam de "Alquimia mental".

  O feiticeiro segue sua instintividade, buscando algo além da experimentação dos processos naturais, sejam eles internos ou externos, seu comportamento impetuoso em amplos aspectos, proporciona a ele, a necessidade da atuação incisiva, entregando-se aos seus interesses, "dando-se ao diabo" : Proporcionando a atuação intima com a esfera dos desejos e padrões inconscientes da mente, interagindo com a base dos processos. Misturando-se ao fluxo, sendo o ciclo, fazendo parte do mesmo, diferente do mago que prefere estar com o fluxo, sem perder sua concepção pessoal.

Razão x Instinto :

  O mago e seu questionamento, observando e criando paradigmas, evoluindo ideias, desenvolvendo sua presença na realidade, nos dá uma noção do conceito de controle e organização dos fatores que influenciam nossa realidade, tornando-se Deus, manipulando sua criação.

  O feiticeiro interage com suas questões de maneira inconsciente buscando a ideia e definição impossibilitada pelo senso comum, buscando estar em sintonia consigo mesmo sem perguntas ou qualquer limitação conceitual que possa prejudicar esse nível de sintonia, ignorando o controle, sendo o processo em sua perspectiva natural, sem limites ou bloqueios, sem dúvidas, seguindo sem pensar nas possibilidades, sendo a nascente, o córrego e o desaguar.

" Enquanto o Mago, analisa a árvore sagrada, questionando sua sacralidade, o feiticeiro masca suas raízes e contempla a beleza proporcionada pela altura de sua copa e furor de sua mente extasiada."
 

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