sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Tonni

Na minha adolescência, eu era uma figura bem singular, nos meus 14 anos. Adotei o preto como cor padrão das minhas roupas, óculos pesados, lentes que diminuíam meus olhos. Minha mediunidade estava no auge, conseguia ver, ouvir sentir perfeitamente seres e criaturas espirituais de muitas tradições diferentes, eu costumava não me importar muito com aquilo. Numa sexta feira me lembro muito bem disso, fui à casa de um amigo de infância, gosto muito dele, considero ele, o irmão e a mãe dele desde sempre. Vi aquele garoto de cabelos lisos, branco, estatura baixa, um ar temeroso imperava no seu semblante, Não me encarava nos olhos, isso me irritava.
Sempre quando ele estava na casa desse amigo eu subitamente aparecia. Fui fazendo amizade com ele, com o tempo eu fui criando amizade com ele, um garoto extremamente católico, temente a Deus. Um dia qualquer desses quando eu fui mais uma vez na casa do nosso amigo em comum, estava ele, diferente. Não o vi com os olhos da carne, o vi com o olho do espírito. Sua aura reluzia como prata e havia um grande homem nas suas costas, cobrindo-o com as asas. Protegido por um Malach..

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sozinho no céu ...

Caminho num vasto deserto de areia negra,vestes de lua. O vento frio como minha única companhia, atento aos sinais da noite, não quero lutar por mais nada. Quero andar para o nada, pensando em tudo. Olho para o alto e avisto as estrelas que me parecem tão sozinhas como eu, tantas estrelas, aos nossos olhos parecem ser unidas, mas, permanecem uma longe da outra. Nos humanos somos assim, como as estrelas, tantos juntos, mas, sozinhos em nosso céu.

Veneza...




Caminho entre homens e mulheres mascarados, fazendo todas as suas vontades protegidos pelo mistério sob a face. A alegria é contagiante, parece às festas na casa de minha tia Margareth, onde ouvimos somente os sons de risadas acompanhadas por violino, e castanholas. Neste caso é uma comoção de proporção bem maior.
Estou tentando descolar algum dinheiro, algo que eu possa me erguer, muitas pessoas de posses estão misturados a plebe, observo atentamente toda a imensidão de pessoas, procurando minha primeira investida. Vejo algo interessante, além das jóias, seu corpo parece brilhar como ouro polido ao meu gosto, seus olhos brilhantes e sua face expressa uma seriedade sensual, andando em direção a praça. Mulher de negro, juro que posso ouvir o atrito entre as pulseiras de ouro, refinado gosto em comunhão ao estupendo corpo. Vejo a oportunidade apropriada para conseguir todo aquele ouro e corpo, caso haja uma oportunidade afortunada. Em meio a tanta festa e alegria era totalmente incomum ver uma pessoa sem um belo sorriso, vagando entre os foliões com grande determinação parecia deslizar sem obstáculo, nada a tirava do seu destino.
Vejo-me em uma perseguição movida pela ganância e desejo. O brilho do ouro se misturando ao rebolar daquelas ancas sigo em frente tentando enxergar o ouro, mas, minha atenção é voltada pra pele, para o desejo de consumi-la como licor.
Chego mais perto e seguro-a pelo braço levemente e perguntou seu nome, pela primeira vez vejo um sorriso manifestar naquela face seria:
-Me chamo Samira.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Luz na escuridão ..




Por volta das três horas da manha de um dia muito difícil, muito cansado por estar a mais de um mês sem dormir a noite. Deito em minha cama, sentindo estar afundando nela, uma sonolência profunda me toma, a sensação de queda era apavorante, não conseguia abrir os olhos devido à pressão que esticava meu rosto. Após muito tempo eu entro em choque com o chão daquele lugar iluminado por explosões vulcânicas, labaredas de fogo provindas de fissuras rochosas.
Olho para todos os lados e tenho uma imagem obscura, mas, distinguível do local, passou pela minha cabeça o fato de eu ter morrido e estar fadado ao sofrimento no inferno, toda a minha fé e devoção aos Deuses foram postas a prova. Era escuro e montanhoso o local onde eu me encontrava era uma parte plana de uma montanha presumi no momento olhando para o alto e vendo a silueta iluminada por alguma fonte de claridade do outro lado da rocha. Foi um momento de muita emoção, gerada pelas lembranças das pessoas que gosto. Não deu tempo para cair lagrimas, ouvi sons estranhos vindo das sombras, Vi nitidamente seres que me lembravam humanos só que cobertos de um fluido negro que me lembrava petróleo com uma coloração opaca, alguns eram retorcidos, outros com braços de grande extensão e pernas mais curtas, outros andavam como lagartixas pelas rochas com uma facilidade impressionante, todos cobertos por aquele fluido negro e opaco. Corri bastante até chegar ao final da superfície onde estava, fiquei sem alternativa, pois era um penhasco que me parecia não ter fim. Decidi serrar os punhos e enfrentar, eram muitos, sabia que não daria conta.
Quando uma imensidão de “humanos” me encurralou, eu ouvi uma voz feminina ecoando por toda a extensão, uma língua desconhecida por mim , mas compreendi palavra por palavra de maneira inexplicável:
- Saiam! Ele está comigo...
Imediatamente as criaturas entraram em frestas e fugiram para as sombras, quando eu olho para trás , avisto uma mulher que por instantes que nunca esquecerei eu defini como uma Deusa . Corpo deslumbrante, perfeito, uma mulher ao extremo da sensualidade. Cabelos Dourados sempre em ondulando pelo ar, Havia cornos na altura de suas têmporas feitos com o seu cabelo, Voando e pousando com total doçura, pés descalços, existia uma coisa particular, ela tinha uma extensão óssea simulando saltos em seus calcanhares. Por seu corpo havia desenhos, como tatuagens de cor preta não compreendidas pela minha pessoa. Seus olhos eu não conseguia ficar muito tempo olhando para eles, eram hipnóticos, sem explicação.
Ela me perguntou:
- Está com quantos anos?
- 18 anos.
-Sabe quem eu sou?
-Presumo.
-Eu estou morto?
Ela me responde:
-Está temporariamente desligado do seu corpo físico.
Eu perguntei:
-qual o motivo pra isso ter acontecido?
- È a hora, o dia, o ano. Não confia em mim?
- Sim eu confio.
Logo minhas perguntas que brotavam (eram tantas que eu não sabia qual fazer) Foram interrompidas pelo movimentar de uma enorme formação rochosa do outro lado do penhasco, ao longe não consegui reconhecer o que se movimentava, quando chegou perto do nosso lado, tive a visão perfeita de um gigantesco castelo encima de uma rocha levitando no ar, desse castelo desceu uma ponte bem comprida que ligou o penhasco com o mesmo. Ela estendeu a mão para mim, naquele exato momento eu retrocedi no tempo com apenas um toque de sua mão segurando a minha, eu me vi uma criança nua, segurando a mão de uma figura materna, eu a peguei a mão e apertei bem forte, era nitidamente maior que um ser humano, caminhamos pela ponte e muitos olhos brotavam das trevas e ela sempre soberana, com um sorriso cruel olhando para as sombras, seu brilho era totalmente diferente daquele lugar mórbido.
Logo chegamos perto do grande portão de entrada, Fiquei com muito medo, ela me disse que não iria me lembrar de nada depois de entrar Lá, perguntei o porquê; disse-me que no futuro eu saberia. Quando o portão abriu o local tenebroso foi banhado por uma onda de energia branca, não consegui enxergar o que havia no interior, só lembro de entrar com ela e logo sair, pelo mesmo portão que entrei, perguntei a ela o que acontecer, ela me respondeu que se eu estava com ela ali naquele exato momento, estava feito, depois de voltar daquele segundo de mistério dentro daquele castelo, me vi adulto novamente, ela me disse que eu iria de volta para minha vida de ilusões e era pra eu nunca esquecer dela, pois ela nunca iria me desamparar.