domingo, 22 de junho de 2014

A anunciadora vespertina :







  Inanna foi a Deusa Suméria que possuía a soberania sobre o ciclo da vida, responsável pelas colheitas e bênçãos relacionadas a fertilidade das mulheres, terra, também era atribuída a ela, o controle sobre as funções do corpo humano, sendo a regente do fluxo vital, os homens da época, rogavam a essa Deusa, pedindo disposição para enfrentar as tarefas diárias e batalhas. Seu símbolo maior, é a estrela vespertina/matutina, atestando sua integração com o ciclo solar, atestando sua existência dualista, relacionando-a  não só aos poderes e características diurnas, afirmando sua "I'limitação" abrangendo a obscuridade e mistério noturno como parte em sua realidade Divina. Inanna sendo representada como a Vespertina estrela que anuncia o nascer do Sol, superando-o num momento específico, nos faz entender sobre o papel que ela representa nessa trama cósmica, uma harmonizadora da atuação energética oriunda do Sol, contudo, também atuando como uma falha  nesse sistema, podendo disseminar o descontrole das características da fonte vital.


  A imagem que mais representa a atuação em diferentes aspectos de Inanna sobre a energia Solar, consiste na mesma sub-julgando um leão aos seus pés, essa imagem nos passa uma profunda representação iconográfica, nos levando a afirmações ainda mais enfáticas sobre ela. O leão é um dos maiores símbolos que podem representar o poder, soberania, absoluta majestade sobre a ordem cósmica, é o temível rei dominador, o Sol de seu sistema, sendo domado, suprimido, levado a terra, sob os pés da Deusa/Estrela/Vontade contrária aos valores convencionais instituídos por supostas forças superiores. Inanna nos mostra que é possível superar aquilo que imaginamos como superior, nos tira o véu da incerteza e nos influência a crer na mágica utopia, sendo ela a fonte dessa inspiração anárquica, possuindo em si, as características de uma governante que interage por vias marginais, sendo mais do que tudo, um ideal de busca pela viabilidade de nossa vontade focalizada em tudo que mais sonhamos, suavizando a atuação da realidade sobre nós, nos mostrando formas impossíveis de interagir, suprimir, dominar e moldar a nossa realidade de acordo com nossos desejos mais profundos, quebrando regras e paradigmas que atrofiam nossa visão filosófica e nos sufoca com questionamentos paradoxais.


  Ela força o sol a tocar a terra, pressionando-o, nos indicando o caminho para a benção solar em suas mais variadas atuações sob um aspecto místico, filosófico, psicológico e existencial como um todo, mostrando em seu ideal como uma trilha para conseguir abranger essa energia na sua realidade sem estar a mercê de seus conceitos e consequências, nos trazendo a luz da consciência suprema ao alcance dos nossos intelectos, promovendo a verdade e a libertação de conceitos instituídos por limitações coletivas induzidas pela soberania alienadora sendo interpretada como algo que não é somente um aspecto social humano, mas uma face da natureza universal que temos a necessidade de destruir para continuar a evoluir.


  Lilith é conhecida como a mão de Inanna, logo, afirmo que a mesma é parte dessa Deusa, sendo a personificação da vontade de Inanna, sendo sua representante e si mesma em movimento, atuando contra tudo que nos limita, imperando num reino sombrio "Inferno/Sheol/Ereshkigal(Casa dos mortos)/ Inconsciente", longe da atuação Solar "Soberania/Controle/Dominação/Alienação", recrutando, preparando, despertando seus "Assakus/Demônios/Daimonos/Rebeldes que se livraram dos grilhões do "pensamento coletivo/Deus/CicloCósmico e puderam pensar de maneira individual, encontrando sua particularidade cósmica que os colocam como novas estrelas vespertinas num céu ainda coberto pela "escuridão Solar".

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