terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Nergal : Senhor da morte afligida...








 Filho de Marduk, executor Celestial, poderoso guerreiro das estrelas,  aclamado como o Deus da morte, contudo, existe uma complexidade no conceito de sua atribuição conceitual, o Deus guerreiro Sumério, é considerado o "senhor da morte afligida". Divindade da execução, da ação mortífera, intimamente ligado a guerra, sendo sua atribuição divina secundária, possuindo a dominância da arte de matar, desferir o golpe final.





Fome/ Guerra : Senhores da morte afligida : 



 Na antiga Suméria e nos reinos provenientes da desmembração da mesma, a benção e presença de Nergal ao lado do seu exercito numa guerra, era a vitoria iminente, garantida e anunciada previamente, pois, o Deus era soberano sobre os Sebettu Ilu ( Sete Deuses do mal / Vide : Texto com o mesmo nome  ), arautos da fome e destruição, agentes de Erra ( Senhor da fome e carnificina ), filho de An : Deus do céu, o mesmo era profunda e intimamente ligado a Nergal, considerados a mesma Divindade em certos períodos e possuindo individualidade entre eles em outros períodos de culto e desenvolvimento das crenças Sumérias e posteriores civilizações mesopotâmicas derivadas. Um exemplo interessante que mistura as duas Divindades mortíferas,  é a metodologia ritualística das crenças Babilônicas, mais exatamente, na cidade de Kutha, onde, tanto Erra, quanto Nergal, eram cultuados no mesmo templo, com características ritualísticas semelhantes, tradições iguais, ora como Deuses diferentes ou como o mesmo Deus em períodos míticos distintos. 




Os Guardiões da terra sem retorno : 



 Deuses gêmeos cultuados na Babilônia antiga, no período de Ur III,  Guardiões do portão da " Terra sem retorno " : Reino de Ereshkigal ( Deusa Suméria do Submundo ), agora, qual é a relevância desses Divinos guardiões, ligando-os  a Nergal ? Nosso assunto central. Lugalirra e Meslamtaea foram Deuses antigos sincretizados com Nergal,  fundidos ao mesmo, nos contos sobre Nergal e sua união com a Deusa do submundo, tornando-o o Rei da terra sem retorno. O Deus da morte afligida é ligado profundamente a Meslamtaea ( Deus guardião do lado esquerdo do submundo / Onde habitam as feras, espíritos mais violentos e sanguinários da terra sem retorno) Esse sincretismo tornou-se bastante forte, devido a junção  sistemática e iconológica dos rituais deles e principalmente pelo fato do culto central dessa Divindades serem no mesmo templo em Kutha, inclusive, o nome do templo é uma forma de honraria ao Deus guardião ( E-Meslam : Casa de Meslam ), outro ponto muito peculiar é sua dominância sobre os espíritos da destruição e carnificina ( Belletu Ilu ), tal característica rara e única, tornam suas existências Celestiais aproximadas em demasia.

 O sanguinolento misticismo de Nergal : 



 Nergal é uma Divindade evocada principalmente em momentos de guerra, onde seus atributos e particularidades conceituais estão impregnados na realidade, um Deus impetuoso e completamente impiedoso, possuindo atributos naturais hostis, ligado aos princípios decompositores da existência vital, possuindo ligações, similaridades e equiparação de poderes com Deuses arcaicos que personificam a fome, carnificina e violência que habita em todas as mentes, sendo a ação, uso e dominação de tais atributos, alguns textos admitem o mesmo como o grande executor Celeste, ministro das execuções de Marduk, seu pai, nos evidenciando uma analogia com a vontade incorrupta e irrefreável,  atitude visceral apoiada pela força destemida, proporcionado a vitoria sem ligar para as consequências. 

Seu simbolo, entre Babilônios, Assírios e Neo-Assírios, é a cimitarra. Nos textos e cultos anteriores, a maça aparece como seu instrumento mortífero e ícone de presença. 

Seu animal, seguindo a cronologia dos antigos povos habitantes da Mesopotâmia, inicialmente é o lobo, serpente, escorpião, o leão de duas cabeças e o touro. 

Sua iconografia é humanoide em interpretações mais recentes e zoomórfica, nos cultos mais antigos, representado com chifres curtos e corpo humano, como um homem com duas cabeças leoninas, outras vezes com cabeça humana e corpo de leão.  

Em conformidade com seus aspectos de atuação celestial, existem algumas questões ritualísticas expressadas por antropólogos que nos levam a uma reflexão sobre o valor da própria existência e nossa parte com o ciclo da vida. Por muitas vezes, vemos o Deus Nergal, ligado a arquétipos hostis como a fome, violência, morte afligida, logo, encontramos nessas questões, os indícios de métodos que fazem parte da adoração do Celeste mortífero : 



*Ascetismo ritual( O flagelação como desenvolvedor da vontade de fronte à personificação da dor e violência sobre tudo que é vivo ).

* Privação do sono e jejum ( A prontidão e a fome em tempos de guerra ) .

*Confrontar as adversidades da vida, com coragem , abdicando o medo de sua existência, mostrando ao Guerreiro Celestial, sua dignidade para merecer as  dádivas do Senhor da morte afligida. 


  

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Nabu : Ministro de Marduk . Deus da linguagem universal ...








 Deus supremo de Borsippa, uma das regiões mais importantes da antiga Suméria, era uma região dedicada a religiosidade, uma enorme cidade-templo dedicada ao senhor da escrita, dito em algumas interpretações como o filho de Marduk. Nabu, o escrivão celestial,  dominador de todas as linguagens do universo, herdou seu posto e cargo, do seu antepassado Divino Enki, apontado por especialistas na área, como seu avô, pai de Marduk. 













 Referências a Nabu :




 Nabu foi popularizado com uma Divindade de importante relevância entre os Semitas do oeste em relação ao equilíbrio do cosmos. Dito como filho primogênito de Marduk, conjuntamente com seu pai, formam a dupla soberana sobre o universo, regentes fundamentais de tudo que existe, promovendo a continuidade dos fatores entrópicos e garantindo a perpetuação da existência.   









Irmão de Nergal : Senhor da guerra, irmãos  agindo como forças celestiais opostas e ao mesmo tempo conjuntas num ciclo.  Nabu representa a contemplação, conhecimento e sabedoria estratégica, pensamento, ideia fundamental que origina as atitudes. Nergal é a ação sobre a realidade, mantendo a ordem e o caos no seu eixo, maneira convicta e definitiva de resolução das necessidades  que mantem a hegemonia de Marduk e Nabu sobre o cosmos. 







 Nabu é sincretizado com Ninurta ( Deus da agricultura e fertilidade ) e Samas ( Deus da Justiça ) Celestiais que possuem culto entre Sumérios, semitas e crenças de civilizações derivadas da desconfiguração  das cidades centrais da mesopotâmia. 




 Nabu possui controle sobre o poder da Luz e Escuridão, pois, o mesmo é senhor das linguagens do universo, conhecimento sobre todas as coisas terrenas e Divinas. 



 Conhecido como o Ministro de Marduk, conselheiro Celeste e Sábio dos sábios, conhecedor de todas as coisas, arauto do equilíbrio, aquele que habita em todos os tempos e conhece o princípio, meio e fim. 


 Seu símbolo é a tabuleta e a cunha em mãos. 


 Nabu é geralmente representado sobre Mushussu ( Dragão protetor, também usado como um símbolo de proteção do mesmo ). 


 Nabu é representado  possuindo um roupão simples de longas franjas, com uma saia de fenda e um elmo longo e retangular, as vezes, com uma constituição mais arcaica, semelhante aos Deuses Sumérios ( Inúmeras asas pequenas formando um elmo encobrindo a cabeça ).


 Seu nome é derivado da raiz Semítica, originada da linguagem Suméria : nb que significa nome/indigitado ( Que pode ser interpretado no sentido de locutor, arauto. 



Fonte  :  Antigos Deuses e Deusas da Mesopotâmia 
              
 ( Pomponio/1978) 


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Daemons e Gênios onde tudo começa... (Parte II)














 Indulge genio, carpamus dulcia, nostrum est
quod uiuis, civis et manes et fabula fies;
Vive memor leti, fugit hora, hoc quod loquor inde est.

(Aulo Pérsio Flaco)




 Sê indulgente com teu Gênio, desfrutemos os prazeres; a vida que usufruis é nosso único bem: tu te converterás em cinza, manes, objeto de conversação. Vives pensando na morte: as horas passam, o que eu estou dizendo já é coisa do passado.
O estoico Pérsio, poeta romano, nos fala da importância que tem, a expressão romana “ Indulgere genio” algo como seja complacente com o seu gênio, leve uma vida alegre, seja feliz ainda que a vida seja dura, dedique alguns momentos para o prazer, pois tudo que seu Gênio quer para você é uma vida prazerosa e repleta de felicidade. Esta é uma das principais atribuições do Gênio.
O Gênio é concebido no mesmo instante que o humano, gestam no ventre da mãe e na hora do nascimento, o humano nasce como matéria e ele nasce como espírito e sai junto com a placenta, e passa a viver ao lado do seu duplo material.
Para os antigos, quando os nenéns sorriam olhando para o nada é porque brincavam com o seu Gênio, mais tarde quando as crianças brincam com o seu amigo invisível, elas brincavam com seus gênios. Era o gênio que guiava os humanos, era o que hoje chamamos de nossa intuição, proteção e olhos para o invisível.
Eram tão normais e cotidianos, que pouco eram relatados como algo misterioso, mágico ou religioso. Eles faziam parte do nosso dia a dia, como nos relata Homero: quando Agamêmnon se desculpa com Aquiles, na famosa e estudada “Apologia de Agamêmnon”, se esquiva de ter ofendido seu oponente, dizendo ‘não sei o que se passou, o Daemon nublou minha visão’. Bastou isto e todos, inclusive Aquiles, aceitaram isto como fato e se reconciliaram e Aquiles retornou a luta para completar seu destino.

 Para nós atualmente, depois de dois milênios de cristianismo, mal ouvimos falar em Gênios e Daemons, no seu sentido original, pois as manifestações mais evidentes do gênio acontecem na infância, e nem mesmo os religiosos as atribuem aos anjos da guarda, mas sim a algo psíquico que passara com o tempo ou a alguma medicação resolverá o problema.


Assim, a terceira parte do ser humano estaria completamente esquecida, mas com esta pequena retomada da religiosidade pagã, eles deveriam ter retornado a pauta, mas infelizmente não foram, e quem sabe por isto, vemos tanta picaretagem e enganos no neopaganismo.


Como disse a pouco, os Gênios, fazem parte dos seres humanos, são nossa intuição, protetores e nossos olhos para o invisível, sem eles, ou melhor, sem nossa conexão com eles nossa percepção do divino reduz sensivelmente. Sim, como falei no final da primeira parte deste artigo, os Gênios e Daemons, são responsáveis por nossa ligação com as divindades indo europeias. Sem este intermediário, só podemos imaginar o contato com os deuses, sem nunca os realizarmos. Esta é a grande causa do paganismo moderno, ter tantas contradições, sem os olhos para o invisível, como podemos saber se quem recebe nossas oferendas é o deus que as oferecemos?
Creio que a razão disto é a falta de conhecimento das lideranças pagãs, que por ignorância excluem o contato com o Daemon e o Gênio da formação do Acólito em sua preparação para a iniciação. Algo que nas religiões afros, mais firmadas na tradição, existem rituais para firmar ou ligar novamente o indivíduo ao seu Daemon, talvez por isto o paganismo no Brasil, venha gradativamente perdendo membros para os ilês de candomblé.



 Na próxima e última parte falarei da reaproximação com o Daemon ou Gênio e dos benefícios que eles podem trazer para os novatos, e mesmo para alguns ditos sacerdotes...


(Cezar Drake)






quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O Totem. O Caminho. O Xamã ( Parte 2)









   O místico primitivo, baseava-se na contemplação, observando os processos da natureza e sua correlação consigo mesmo, dando atenção aos mínimos detalhes da realidade, interpretando, compreendendo as alterações causadas pelas cadeias vitais e atuações ambientais,  buscava entender sua posição na realidade, colocando-se em diversas posições focalizando sua mente numa reta psicológica desprovida de egoísmo, espelhando-se em animais, plantas, rochas, elementos  em estados evolutivos primários ou desenvolvidos, estados vibratórios e esferas de atuações diversas, intensas ou brandas, todas as formas de vivenciar o todo a sua volta era de suma-importância, para a elucidação do mistério da Vida/Sonho/Morte (Eternidade) , usando de métodos de alteração da consciência para literalmente incorporar a essência das formas e penetrar no sentimento vibrante das forças que regem a existência, através de uma gama diferenciada de procedimentos ritualísticos que expandiam suas capacidades Mentais/Oníricas/Espirituais, possibilitando uma jornada insólita por reinos tecnicamente impossíveis de se envolver ou relacionar sob uma ótica cética, possibilitando novos tipos de interpretações, elucidações sobre o mundo, utilizando de referenciais múltiplas, obtendo conceitos e visões diferentes de sua própria vida, possibilitando uma existência mais ampla e compreensiva em relação a si mesmo e a tudo que está a sua volta, nos agraciando com a perda de muitos critérios limitantes da interpretação viciosa humana, nos livrando das amarras do comodismo mental e do individualismo utilizado de maneira errônea na maioria das vezes, misturado a orgulhos e  egos inflados num mundo onde uma rocha possui o mesmo valor, teor energético e faz parte do mesmo ciclo, igualmente. 




  A jornada Xamânica é mais complexa do que a simplicidade prática encontrada nesses cursos e vivências oferecidos comumente, com intuitos curativos, equilibradores, evidenciando formas de contato com sua força-interior, animais de poder, onde na maioria das vezes, tais projetos se limitam a isso, não há problema, creio eu, são atitudes dignas, promovendo a mente humana rumo à sua verdade pessoal, contudo, evidencio que tais atos  constituem o ciclo inicial da caminhada do auto-conhecimento e universalismo consciente, quando focada evolutivamente na experimentação dos fluxos 'quânticos'  das pluri-esferas psíquicas da natureza, a infinidade de relações da nossa mente com o todo,  desenvolvem a ampliação das possibilidades espirituais em conjunto com seu ser, possibilitando o progressismo ideológico, intencional  e místico da questão :




"Eu como um universo, onde você é o caminhante e ao mesmo tempo a caminhada, seu corpo segue em frente pisando, respirando, comendo, sentindo, interpretando, transmutando, experimentando a si mesmo na totalidade existencial, onde cada estrela que avista está brilhando no seu interior, cada planeta  gira ao redor da terra que você faz parte. O Sol emanando luz é para o nosso sistema, tal como o coração impulsionando sangue por todo seu corpo."





Independente das dificuldades da vida, não podemos ignorar as verdades multi-versais, convivemos com uma série de esferas, dimensões paralelas e criaturas oriundas de outros tipos de constituição mental/espiritual, ocasionando uma variabilidade física, não necessariamente ligada a características morfológicas orgânicas, as religiões em si, buscam a separação das esferas e a distância das energias, contudo, o Xamanismo, mesmo sendo uma crença tribal primitiva, conserva a unificação da realidade, como uma característica recôndita das suas tradições conservadas oralmente por milhões de anos, preparando e alterando nossa consciência para uma relação comum com as forças, formas e esferas predispostas de acordo com nossa natureza mental/espiritual. É muito importante afirmar as variabilidades da natureza interna e sua comunicação com o todo em sua amplidão peculiar, não há vibrações semelhantes, todos nós possuímos uma alma a conquistar, original, única e inconfundível, com capacidades e inclinações seguindo a mesma linhagem conceitual, é preciso atenção sobre si mesmo, conhecer-se é primordial, para desvendar a sua interpretação imanente do Eu/ Todo. 




Continua ... 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O Totem. O Caminho. O Xamâ ( Parte 1)










 Quando falamos dos totens, estamos familiarizados com a figura animal, espírito selvagem dominador dos seus atributos ferais, uma espécie primitiva de guia entre os mais variados planos de atuação da consciência humana, um defensor implacável contra as diversas formas de potências com o intuito prejudicial sobre a sua realidade como um todo, contudo, o xamanismo, nos dá uma noção bem mais complexa sobre o tema e suas características, evidenciando uma variada gama de critérios, esferas e arquétipos, ligados a todas as realidades do plano físico. 
   


 O caminhante, normalmente liga a figura totêmica quase que obrigatoriamente aos animais, um erro de visão singelo e despretensioso, ferindo profundamente as culturas ligadas as específicas formas de lidar com a espiritualidade natural, levando em consideração a ideologia panteísta de crenças tribais milenares, é algo que deve-se prestar atenção e ser corrigido no âmago de nossa busca pelo conhecimento da alma. 



 Dentro da crença Xamã, existem questões solidificadas, independente das mutações culturais e distâncias geográficas que podem elucidar nossa consciência e nos oferecer uma perspectiva grandiosa sobre os conceitos gerais do mesmo, onde encontramos as seguintes tradições : 



 O xamã é um Deus encarnado, personificação das energias nele depositadas e por ele trazidas a atuação em nossa realidade, sendo o grande maestro, hapto a tal feito, dominador do ciclo da vida.


 Tudo que há no universo possui alma, pensam, merecem respeito como parte da trilha de sincronização com as forças naturais, pedras, ventos, plantas possuem um lugar no ciclo das existências. 


 Nessa linha de raciocínio, entramos numa parte muito interessante :Os espíritos totêmicos não se restringem ao reino animal, os espíritos das plantas, minerais, estrelas, elementos, também possuem a definição e atuação totêmica. 


 Um Xamã é um curandeiro, contudo, pode ser um poderoso castigador, tendo o conhecimento, contato e interação com os ciclos naturais, ele pode evocar tanto as forças regeneradoras, quanto destruidoras da natureza. 
  
     
Os espíritos da natureza são essencialmente sábios e completamente conscientes das condições existenciais, possuindo uma coerência comportamental, onde eles sabem muito bem quando serem amistosos e completamente selvagens, de acordo com a necessidade.    

                  
  Xamãs possuem linhagens de atuação, nunca são conectados com todas as forças da natureza em si, possuem uma tradição e uma esfera de atuação, praticam honrarias e sincronizações à suas linhas espirituais, assim, promovendo a sintonia entre eles e sua espiritualidade primordial, desenvolvendo sua capacidade de interação com os mundos naturais ligados a eles, fortificando essa harmonia, melhorando seus dons. 


   O caminhante na trilha do Xamanismo, é um eterno peregrino dos mundos internos e externos, é uma jornada pela verdadeira visão, suprimida pela falta de conexão com a natureza, afastando sua alma da verdadeira ótica universal, distanciando-a de si mesmo, perdendo sua essência em comunhão com o todo, deixando de existir como um ser consciente, hapto e merecedor da sabedoria arcaica que a memória cósmica é capaz de oferecer.  

( Continua )


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O culto aos mortos :




Desde os mais remotos tempos, deram estas crenças lugar a regras de conduta. Como, entre os antigos, o morto necessitasse de alimento e de bebida, concebeu-se ser dever dos vivos satisfazer-lhe esta sua necessidade. O cuidado de levar aos mortos os alimentos não foi relegado ao capricho ou aos sentimentos variáveis dos homens; foi obrigatório. Assim se estabeleceu uma verdadeira religião da morte, cujos dogmas logo desapareceram, perdurando, no entanto, os seus rituais até o triunfo do cristianismo.

Os mortos eram considerados criaturas sagradas (1). Os antigos davam-lhes os epítetos mais venerandos que encontravam no seu vocabulário: chamavam-nos bons, santos, bem-aventurados (2). Dedicavam-lhes quantas venerações o homem pode dedicar à divindade que ama ou teme. Para o seu pensamento cada morto era um deus (3). Esta espécie de apoteose não era apanágio dos grandes homens; entre os mortos não havia distinção de pessoas. Cícero diz-nos: "Os nossos antepassados quiseram que os homens que deixassem de viver fossem contados entre os deuses (4) . Não era mesmo necessário ter sido homem virtuoso; tanto era deus o
mau como o homem de bem; somente o mau continuaria na sua segunda existência com todas as suas más inclinações já reveladas durante a sua primeira vida (5).

Os gregos davam de boa mente aos mortos o nome de deuses subterrâneos. Em Esquilo, um filho invoca seu falecido pai com estas palavras: "ó tu que és um deus sob á terra". Eurípides, falando de Alceste, acrescenta: "Junto do teu túmulo o viandante parará e dirá: Aqui vive agora uma divindade ditosa" (6) . Os romanos davam aos mortos o nome de deuses manes. Prestai aos deuses manes todas as honras que lhes são devidas, diz Cícero, são homens que abandonaram esta vida terrena; reverenciai-os como criaturas divinas" (7).

As sepulturas eram os templos dessas divindades. Por isso tinham a inscrição sacramental Diz Manibus. O deus permanecia encerrado no seu túmulo, Manesque sepulti, no dizer de Virgílio (8). Diante da sepultura havia um altar para os sacrifícios igual ao que há em frente dos templos dos deuses (9).

Achamos o culto dos mortos entre os helenos, os latinos, os sabinos (10) e entre os etruscos; encontramo-lo também entre os árias da índia. Os hinos do Rig-Veda fazem-lhe referências. O livro das leis de Manu menciona este culto para no-lo apresentar como o mais antigo culto professado pelos homens. Viu-se já neste livro como a idéia da metempsicose não tomou conhecimento desta velha crença; e, apesar de a religião de Brama já anteriormente estar estabelecida, contudo, sob o culto desta religião como sob a doutrina da metempsicose, subsiste ainda viva e indestrutível a religião das almas dos ancestrais a forçar o redator das leis de Manu a levá-la em consideração e a admitir ainda suas prescrições no livro sagrado. Não é singularidade menor deste livro tão esquisito conservar as regras relativas às antigas crenças, sendo evidentemente redigido numa época em que já prevalecem crenças inteiramente opostas. Isto nos prova que, se é necessário muito tempo para as crenças humanas evoluírem, ainda muito mais tempo se torna necessário para as práticas exteriores e as leis se transformarem. Mesmo em nossos dias, depois de tantos séculos passados e de tantas revoluções, os hindus continuam fazendo as suas oferendas aos ancestrais. Essas idéias e esses rituais são o que de mais antigo encontramos na raça indo-européia, sendo também o que ali apresentaram de mais persistente.

0 culto na índia era o mesmo que na Grécia e na Itália. O hindu devia oferecer aos manes o alimento denominado sraddha. "Que o chefe da casa faça o sraddha com arroz, leite, raízes e frutos, a fim de conseguir a benevolência dos manes. O hindu acreditava que, quando oferecia o repasto fúnebre, os manes dos ancestrais vinham sentar-se ao seu lado e aqui comiam o alimento que lhes era oferecido. Acreditava ainda que esta refeição proporcionava aos mortos grata alegria: "Quando o sraddha é oferecido segundo os rituais, os ancestrais daquele que oferece o repasto experimentam uma sensação inalterável" (11).

Desta sorte, em sua origem, os árias(*) do Oriente pensaram como os do Ocidente, em relação ao mistério do seu destino para além da morte. Antes de crerem na metempsicose, que supuseram distinção absoluta existente entre a alma e o corpo, acreditaram na vaga e indecisa existência da criatura humana, invisível mas não imaterial, exigindo dos mortais alimento e bebida.

O hindu, como o grego, encarava os mortos como seres divinos que gozavam de uma existência bem-aventurada. Contudo era necessário preencher-se uma condição indispensável para sua felicidade; era imprescindível que em tempos oportunos os vivos lhes trouxessem suas oferendas. Quando se deixasse de trazer o sraddha ao morto, a alma desse morto deixava a pacífica morada, e tornava-se alma errante, atormentando os, vivos; destarte, se os manes eram verdadeiramente deuses, eram-no tão-somente enquanto os vivos os venerassem com o seu culto (12).

Eram exatamente estas as opiniões a tal respeito formuladas tanto por gregos como por romanos. Ao deixarem de oferecer aos mortos o repasto fúnebre, deixavam estes seus túmulos; como sombras errantes, ouviam-nos gemer pela calada da noite silenciosa. Censuravam os vivos por sua negligência ímpia; procuravam puni-los enviando-lhes doenças ou castigava-nos com a esterilidade da terra. Enfim, não davam descanso aos vivos até o dia em que se restabelecessem os repastos fúnebres (13), O sacrifício, a oferenda de alimentos e a libação faziam-nos voltar ao túmulo e proporcionavam-lhes o repouso e os atributos divinos. O homem estava então em paz com os seus mortos (14).

Se o morto cujo culto se descurara tornava-se uma criatura malfazeja, um outro que se honrava era sempre um deus tutelar que amava aqueles que lhe ofereciam alimentos. Para protegê-los, continuava a tomar parte nos negócios humanos, neles desempenhava com freqüência o seu papel. Embora morto, sabia ser forte e ativo. Dirigiam-lhes súplicas, pedindo-lhe seu auxílio e os seus favores. Quando se encontrava algum túmulo parava-se e dizia-se: "Tu, que és um deus sob a terra, seja-me propício" (15).
Podemos avaliar o poder atribuído pelos antigos aos mortos, por esta prece dirigida por Electra aos manes de seu pai: "Tende piedade de mim e de meu irmão Orestes; fazei-o voltar a este país; atende a minha súplica, ó meu pai; atende os meus votos recebendo as minhas libações". Esses deuses poderosos não proporcionam apenas bens materiais; porque Electra acrescenta: "Dai-me um coração mais puro do que o de minha mãe, e mãos mais cândidas do que as suas" (16). Do mesmo modo, o hindu pede aos manes 'que aumente em sua família o número de homens de bem e se lhes conceda multo para ofertarem'.
As almas humanas divinizadas pela morte os gregos denominavam-nas demônios(**) ou heróis (17). Os latinos denominavam-nas de lares, manes. (18), gênios. "Os nossos ancestrais creram, diz Apuleio, que os manes, quando malfazejos, deviam ser denominados de larvas, reservando-se-lhes o nome de lares só para os benfazejos e propícios (19). lê-se noutra parte: Gênio ou lar é o mesmo ser: assim o creram os nossos antepassados" (20) ; e em Cícero vem: Aqueles que os gregos chamam demônios, damo-lhes o nome de lares (21).
Essa religião dos mortos parece ter sido a mais antiga que existiu entre estes povos. Antes de conceber e de adorar Indra ou Zeus, o homem adorou os seus mortos; teve-lhes medo e dirigiu-lhes súplica. Parece que o sentimento religioso do homem tenha tido origem com este culto. Foi, talvez, à vista da morte que o homem teve pela primeira vez a Idéia do sobrenatural e quis confiar em coisas que ultrapassavam a visão de seus olhos. A morte teria sido o primeiro mistério, colocando o homem no caminho de outros mistérios. Elevou o seu pensamento do visível ao invisível, do passageiro ao eterno, do humano ao divino. ("A Cidade Antiga" de Fustel de Coulanges)

(*) Hoje os chamamos de Indo europeus
(**) Daemons
(1) Plutarco, Sólon, 21.
(2) Aristóteles citado por Plutarco, Quest. rom., 52; grecg., 5, Esquilo. COM., 475.
(3) Eurípides, Fenle., 1.321. - Odisséia, X, 526: - Esquilo, COM., 475: "ó bem-aventurados os que habitais sob a terra. OUVI a minha invocação; vinde em socorro de vossos filhos e dai-lhes a vitória". - E em virtude dessa idéia que Virgílio chama por seu pai morte de Senste parens, dlvinus parens; Virgílio. En., V, 80; v, 47. Plutarco. Quest. rom., 14. - Cornélio Nepote, Fragor, Xll: Parantebis miei et Invocabis deurn parentem
(4) Cícero, De legibus li, 22.
(5) Santo Agostinho, Cidade de Deus, VIII. 26; ,'C, ll.
(6) Eurípides, Apeste, 1.015.
(7) Cícero. De legibus, li, 9. Varrão, em Santo Agostinho, Cidade de Deus, Vil], 26.
(8) Virgílio En.. IV, 34.
(9) Eurípides. Troiana,, 96. Electra, 505-510. - Virgílio, En., VI, 177: Aramque te. pulcri; 111, 63: ~ Manibus arae; 111, 305. Et geminas, causam lacrlmls, sacraverat aras; V, 48; Divini ossa parentia condimus terra maetasque Isacravimus aras o gramático Nónio Marcelo diz que os antigos chamavam templo ao sepulcro e realmente encontramos em Virgílio o vocábulo templum como designando o túmulo ou cenotáfio por Dido erigido e seu esposo ( Eneída IV, 457). - Plutarco, Quest ~, 14: Continuou a chamar-se ara pedra erigida sobre o túmulo (Suetônio, Nero, 50). Esta palavra é aplicada nas Inscrições fúnebres, Orelli n? 4.521, 4.522, 4.826.
(10) Varrão. De língua latina. V, 74.
(11)Leia de Manu, 1, 95; III, 82, 122, 127, 146. 189, 274.
(12) Esse culto tributado aos mortos exprimia-se em grego pelas palavras enaghízo, enaghismós. Pólux, VIII, 91; Heródoto, I. 167. Aristides, 21; Catão, 15; Pausânias, IX, 13, 3. A palavra enaghízo designava os sacrifícios oferecidos aos mortos; thyo os oferecidos aos deuses do céu: esta diferença acentua-se em Pausânias, li, 10. I, e no escoliaste de Eurípides, Fenic., 28. Cf. Plutarco Quest rum., 34.
(13) Vide em Heródoto, 1, 167, a história das acmes dos fócios que assustaram um pais Inteiro, até se lhes dedicar um aniversário de morte; multas outras histórias semelhantes se encontram em Heródoto e em Pausânias, VI. 6. 7. Do mesmo modo, em Esquilo, Clitemnestra, advertida de que os manes de Agaménon estavam Irritados com ela, apresse-se em anular-lhes alimentos ao seu túmulo. Vida também a lenda romena que Ovídio nos narra, Fastos, 11, 549-556: 'Tendo-se, certo dia, esquecido o dever de Parsntalla, as almas deixaram os túmulos e viram-nas correr gritando peles ruas de cidade e pelos campos tio Lácío até que os sacrifícios as obrigaram e voltar 8a suas sepulturas". Cf, a história que noa narre ainda Plínio, o Moço. Vil, 27.
(14) Ovídio, Fast., 11, 518: Animas placate paternas. - Virgílio, Em., VI, 379: Osu piabunt st statuant tumulum et tumulo solemnia mlttsnt. - Comparar o grego hiláskomai (Pausânias, VI, 6. 8). - Tito Livio, I, 20: Junta funebria placar,~ manes.
(15) Eurípides, Alceste, 1.004 (1016). - *Crê-se que quando não temos nenhum
(16) Esquilo. COM., 122-145.
(17) E possível fosse o sentido original do termo héros o de homem morto. A linguagem das Inscrições, exprimindo-se no vulgo e sendo, ao mesmo tempo, aquela em que o sentido das palavras se conserva por meta tempo emprega algumas vezes héros com a significação natural que nós atribuímos à palavra defunto. Boeckh, Corp. inscr. n . 1.6'29, 1.723, 1.781. 1.782. 1.784. 1.788. 1.789, 3.398; F. Lebas, Monum. de Moréia. P. 205. Vide Teógnio, ed. Welcker, V, 513, e Pausânias, VI, 8, 9. Os tebanos empregavam uma velha expressão com o significado de morrer, héros ghónesthal (Aristóteles, frag., ed. Heitz, t. IV, p 280; Cr. Plutarco, Proverb. galhos Alex. uni sunt. e. 47). - Os gregos devam também à alma do morto o nome de dálmon. Eurípides, Alceste, 1.140 e escoltastes. Esqui. lo, Persas, 6'20. Pausânias, VI, 8.
(18) Manes Vlrginae (Tifo Lívio, lll 58). Manas contagia (Virgílio, VI. 119). Pauis anchidae Manas (ia., X, 534), Manes Hectoris (Id., lll 303). Dia Manibus Martialis Diz Manibus Acutiae Orelli n .-s 4.440, 4.441, 4.447, 4.459, etc.). Valerii deos manas (Tifo Livro. lll t9).
(19) Apuléio. De dão Socratis. Servio, ad Eneid., 111, 63.
(20) Censorinus, De dia natali, 3.
(21) Cícero, Timeu II. - Dionisio de Halicarnasso traduz Lar familiaris por Kát okían héros (Antlq. rom., IV, 2).


 ( Cezar Drake)


Fonte : https://www.facebook.com/odragaoeseuslabirintos

Daemons e Gênios onde tudo começa : (Parte I)




Para as religiões indo-europeias o valor máximo está na trindade. Nas religiões antigas da Europa ocidental a trindade é a supremacia para encabeçar os panteões. Junto aos gregos eram duas trindades, os crônidas, comandavam o mundo, Zeus , Posídon e Hades, e a Feminina Hera, Deméter e Héstia. Entre os Romanos a Tríade Capitolina Formada por Júpiter, Juno e Minerva. Entre os celtas e germanos os registros das trindades se perderam, mas víamos a triplicidade entre deusas e deuses.

A trindade era tão forte para os povos que vieram dos Indo-europeus que para a aceitação do cristianismo pelos europeus foi criada a Trindade Cristã Pai, filho e Espírito Santo.
Para nós humanos existia também uma trindade, segundo os gregos éramos formados por Corpo Alma e Daemon, para os romanos Gênios (pronuncia-se Guenios). Esta divisão do ser humano permaneceu até o cristianismo primitivo, onde o Paulo descrevia o ser humano como Corpo Alma e Espírito, depois foi alterado, mas ainda podemos encontrar isto nas epístolas de Paulo, no novo testamento.

Assim, temos o Corpo, a matéria, carne e osso, a Alma, Anima a nossa parte divina e o Gênio, afinal quem ou o que é este tal de gênio, ou espírito como chamou Paulo?
Para os antigos europeus, como bem explicavam os romanos: “tudo que nasce tem gênio, tudo que se cria tem gênio”.
Deuses tem gênios, pessoas tem gênios, cidades tem gênios, templos e edifícios também os tem. Ao contrario do que pode parecer, o nome Gênio, nada tem haver com a “genialidade”, mas sim, com genialis lectus, ou a cama de casal, leito nupcial ou seja o gênio está te acompanhando desde nossa concepção. Uma semente da divindade universal, que os romanos chamavam Nume.

Segundo o atual dicionário Houais é espírito que, segundo os antigos, regia o destino de um indivíduo, de um lugar etc., ou que se supunha dominar um elemento da natureza, ou inspirar as artes, as paixões, os vícios etc.

O imperador Juliano, O Apóstata, Dirigiu Roma (361 - 363) Buscando restaurar os Cultus Deorum Romanorum, sem sucesso. Em seus relatos conta as longas conversas que ele tinha com o Daemon da cidade de Roma, que previam a queda da cidade em breve, caso não fossem restaurados os antigos deuses. Mostrando como os Daemons e Gênios eram uma realidade no mundo antigo.

Poderia falar muito mais e o falarei caso haja interesse de vocês saberem mais do assunto, mas por hora preciso falar um pouco na influencia e da importância do Daemon ou Gênio na vida dos humanos e nas religiões pagãs.

Devo alertá-los, que Gênios ou Daemon, nada tem com os demônios cristãos, e que na verdade os demônios cristãos só herdaram destes seres benfazejos o nome e nada mais assim como o Diabo, o chefe dos demônios herdou de Pan, apenas a aparência. Os Daemons em suas funções dentro do paganismo estão mais para os “Anjos da Guarda” cristãos do que para algo do mal.

Como vocês verão a seguir, os Daemons e Gênios São gerados, nascem e vivem conosco até a nossa morte. Posso adiantar que sem os Gênios e Daemons, não existem contato dom as divindades, já que estes são quem nos ligam a eles...

( Cezar Drake )  


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Ego é tudo. Ego é nada :

  






  No decorrer da minha historia como pesquisador de métodos e práticas ocultistas, eu encontrei uma vasta gama de sistemas que introduzem conceitos e  práticas mentais, apoiando-se na psicanálise com alta influência  filosófica oriental, encontradas nas doutrinas do Budismo e  Hinduísmo, por exemplo. Crenças que valorizaram as questões da mente desde os seus primórdios, priorizando primariamente tais formas de interagir e interpretar a realidade humana, toda essa  mistura gerou inúmeras linhas de pensamentos dentro de vertentes mágicas e sistemas que através dessas questões, definiram retas ideológicas, é interessante observar que muitos sistemas mágicos possuem características arquetípicas voltadas a critérios altamente céticos como o estudo do comportamento humano e conscientemente e/ou incoscientemente sintetizam pilares fundamentais nisso.  





 O termo Ego é o rei supremo dentro das linhas de prática e discussão sobre a mente e sua atuação no quesito Magia e Misticismo, encontramos um aglomerado colossal de interpretações dos conceitos psicológicos nesse tema, usados como  definições concretas em relação a intenção evolutiva dos mais variados tipos de caminhantes em sendas mágicas e místicas através desse universo maldito e  completamente maculado pela relatividade irritante, cruel e indiferente.  Dentro desse blá blá blá psico-mágico, onde muitos procuram inflar e sustentar suas convicções, existe uma complicação generalizada, pois, nos enxergamos claramente a atuação de morais fundamentadas através de conceitos metodológicos pessoais e/ou coletivos oriundos de suas ideias estimuladas por linhas conceituais, agora, nessa balburdia psicanalística, quem estaria certo ? 







 
Alguns afirmam com veemência que a dissolução do Ego ( Estado transitório da razão consciente e inconsciente ) é um caminho  de destruição/transformação / alquimia  da pseudo-realidade pessoal, assim, permitindo a interação mental do ser humano com sua essência mental incorrruptível, abrindo portas para esses estados de consciência mais profundos ou elevados, dependendo da linha de raciocínio e influência das crenças,filosóficas integradas a conformação psicológica das pessoas. Observando comportamentos gerais e muitos textos sobre o tema, encontramos o Id como o estado mental suprassumo de muitas vias sistêmicas, considerado como a antítese do Ego, todos olham para ele como se estivessem com a pedra filosofal enfiada nas profundezas da mente inconsciente e a penetração nesses reinos fossem o estado mais elevado de conquista que todos poderiam almejar, parece que a destruição de Ego, pra muitos,  resultaria num "Psico-Loop" levando-os para o reino animalesco interno onde lutaria com todas as suas realidades nefastas para conquistar a coroa imperial dos dêmonios pessoais, posteriormente voltando para sua realidade como um ser imponente e cheio de cicatrizes, conquistador de si mesmo, uma espécie de " New Satanás sem os chifres", contudo, se não há mais a atuação do Ego ( Ilusório para alguns, necessários para outros ) nos encontramos num paradoxo estático, onde tudo voltaria para o zero e você simplesmente teria que recomeçar sua vida amnética ou continuar lutando com sua realidade psico-jurássica enquanto enfermeiros e psiquíatras  estão cuidando do seu corpo em surto, enchendo seu organismo de anti-psicóticos. 








 Sabemos através da psicanálise que o Ego derivou-se do Id e interage com o mesmo, pois, a razão é sintetizada através das experiências e assimilações da realidade, contudo, também há sua parte intocável provinda do âmago selvagem da mente, integrando o Superego nessa história, encontramos a Trindade Mental absoluta num grande ciclo harmônico e caótico dependendo das necessidades alquímicas da mente, até por que, nem só de paz vive o homem, necessitamos de períodos críticos e tempestuosos para decompor, destruir e transformar idéias nessa tortuosa trama que é a vivência dos fatores mentais e suas influências em vários estados de nossa realidade multiversal. Fatores morais são profundamente ligados com o Superego : Ele é aquele velho arrogante que sabe de tudo e sempre está dando conselhos restritivos e quando tudo dá errado, ele também é aquela voz dizendo : Eu avisei ! Garantindo que você não faça nenhuma asneira e ponha em risco sua capacidade evolutiva, embora, o mesmo também funcione como um adverssário notável, conformando sua consciência num estado estático de realidade, senhor do moralismo, atuando como o único pai severo que vai continuar implicando com suas roupas, maneiras de agir até o ultimo momento da sua vida. 





A palavra dissolução é o conceito central que é utilizado por todos nessa "reta", bem, estou cansado de escrever e o meu Superego está enchendo o saco querendo escrever, então vai lá : 



" Pega a palavra dissolução e faz a desgraça de uma pesquisa comparativa em concordância cronológica, buscando a resposta em conformidade conceitual, pois, muitos utilizam dessa palavra dentro do assunto, sob uma ótica diferente, assim, ferindo o conceito geral da questão! E não diga que eu não avisei." 




Conclusivamente, creio que a "dissolução" do Ego seja uma ação constante e cíclica da nossa realidade, completamente necessária para a perpetuação da nossa evolutividade e transformação das idéias como um todo, com a finalidade primordial de sempre progredir, pois, as questões da vida externa e internas estão constantemente sendo alteradas, mutadas para permitir a evolução do ser humano em conformidade com o Todo, tudo nessa desgrama de Universo muda, vibra e se transforma e nossa mente não se afasta dessa regra, então, em vez de procurar um estado vegetativo, busque a renovação, um caminho árduo e totalmente edificante dentro do quesito Magia e Misticismo, ninguém é o senhor da razão, tudo é contraditório e dual, podemos encontrar diversas formas de pensar sobre a mesma coisa, contudo, o mais importante é você seguir em frente, buscando sua  forma pessoal, irrestrita de conceitos exteriores, sua pureza mental está na compreensão da sua realizade psíquica, não na destruição consciente da mesma, até porque, mentes não estão a venda, é insubstituível .


 Id'Ego'Superego-mente : Coney Quantic ... ( Nop Nop ) 



"Um ser humano é parte de um todo chamado por nós de Universo, é uma parte limitada no tempo e no espaço. Ele experiencia a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos, como alguma coisa separada do resto - uma espécie de ilusão de ótica de sua consciência. Essa ilusão é uma forma de prisão para nós, restringindo-nos aos nossos desejos pessoais e à afeição por umas poucas pessoas próximas. Nossa tarefa deve ser a de nos libertarmos dessa prisão alargando nossos círculos de compaixão para envolver todas as criaturas vivas e o todo da natureza em sua beleza. Ninguém pode conseguir isso totalmente, mas a luta para a realização desta façanha, em simesma, é parte da libertação e base da segurança interior." 

 ( Albert Einstein  ) 

Obs : Acho que ele escreveu isso antes de idealizar a tal reação atômica / Booommmm  xD ... 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Dimensões paralelas : As fendas entre os mundos ...











  Nexus/ Nexions são fendas trans-dimensionais, rupturas no tecido metafísico da realidade ligando planos através de uma estruturação energética neutra e "totipotente", são parte recorrente do desenvolvimento das múltiplas realidades sem distinção polar ou qualquer restrição existencial, alguns estudos apontam a origem cíclica dessas fendas oriundas da expansão do tecido exoesqueletal que sustenta e liga as esferas multi-versais  de maneira sub-atômica. O tecido exoesqueletal  tecnicamente é o corpo estrutural das dimensões, a sustentação do espaço-tempo em termos metafísicos, sua atuação não possui limitações dimensionais, pois, sua estrutura age  e se prolifera por canais ínferos entre os planos, expandindo-se por  poros de ligamento e proporcionando a comunicação entre as realidades, atuando como um sistema nervoso colossal armazenando, captando e enviando informações referentes a realidade e promovendo o mesmo ato em níveis vibracionais mais brandos entre as condições existenciais paralelas.








 O termo Nexus/ Nexion nesse contexto, surge na necessidade de comunicação, interferência e comunhão a nível acentuado entre duas ou mais realidades, o comportamento de comunicação multi-versal é um processo "natural", contudo, como qualquer fator, podem ocorrer instâncias  adversas, necessitando de uma interação mais expressiva e necessária para o equilíbrio sináptico multi-cósmico , assim, o próprio tecido da realidade promove a fenda, devido a perfusão energética a níveis alarmantes, promovendo uma reação de ondas informativas processadas sob forma energética e projetada pelas fissuras, formando um acúmulo de potência primordial no intervalo límbico entre as conformações físicas paralelas, criando um espaço acausal, nas mesmas condições sub-atômicas dos poros, mas, numa mega-proporção em comparação ao mesmo,  ocasionado por uma reação sub-atômica, chegando a níveis catastróficos inimagináveis, rompendo e formando uma estrutura fora dos padrões e limitações criteriosas da ordem cósmica, proporcionando um "ambiente" marginal de ligação entre os planos, usado por consciências/entidades/forças que se desprenderam dos grilhões sensoriais para conferências e viagens  a planos diversos, sejam eles físicos, oníricos, psíquicos, astrais, espirituais, etéreos, umbrais ou primitivos, uma esfera neutral entre as esferas. 







 Encontro uma vastidão informativa em relação a interação dos homens de hábitos mágicos e/ou místicos onde a sintetização de espaços mágicos pessoais em planos alternativos oriundos da extensão de sua própria realidade psíquica interna integra  parte de uma importante jornada quântica, pois, sua consciência, quando conectada a esse tipo de egregora sintética, poderá desenvolver a comunicação e comunhão com suas forças regentes ou requeridas de acentuada maneira  facilitada, em comparação àquele não possuidor da mesma construção, utilizando de sua própria evolução microcósmica para criar um Nexus/ Nexion pessoal, sua ponte dimensional particular, sendo o Eu Sou o grande regente dessa árdua e paradoxa missão. Devo salientar que, tal rede estrutural nervosa multi-versal constitui-se  de uma comunicação física e metafísica como parte de sua função Alfa e sua conformação estrutural não foge dessa comunicação e ligação sub-atômica, pois, a todo momento, tudo e todos estão trocando informações numa velocidade extremamente superior à luz, uma das ideias conceituais mais intrigantes nessa reta, é a dúvida e variadas questões promovidas por tais conhecimentos, onde, através de nossa compreensão e crítica nos perguntamos sobre nossa função nessa gama colossal sináptica que abrange não só a nossa realidade, como também, as existências paralelas do universo e de si mesmo, pensando sob essa ótica relativista obrigatoriamente imposta pela reflexão pessoal, podemos teorizar muitas possibilidades construtivas no engrandecimento pessoal, através de conhecimentos de forças, formas e realidades alternativas de si mesmo, desde Eu vivendo em dimensões imateriais,  desenvolvidos sob condições"morfológicas" com base numa evolução desprendida de conceitos físicos tridimensionais e sensoriais limitantes, até encontros com existências em planos que evoluíram através do entendimento extremo dos parâmetros empíricos, afirmo com veemência meus caros leitores e amantes da magia/misticismo :  


Comecem a jornada !!! 


 Imparcialmente : Zoran Mur 




terça-feira, 11 de novembro de 2014

Dragões : Os antigos Reis dos Céus...

  














 Dragões são criaturas encontradas em praticamente todas as culturas da terra, míticos seres entranhados aos elementos numa comunhão mágica, onde seus poderes são parte do próprio ciclo das existências e  atuantes regentes das potências naturais e sobrenaturais, firmando sobre si, a figura imponente e dominadora, conhecedor dos mistérios da terra e do além, guardiões das preciosidades e segredos mágicos dessa realidade, ferozes defensores do equilíbrio ou renovadores do mesmo. Encontramos vários tipos de atuações entre essas criaturas espetaculares, donos de incríveis histórias  e fontes de puro poder mágico, onde audaciosos magos promoveram contratos com esses seres, potencializando suas capacidades e garantindo habilidades colossais.  







 Existem inúmeros contos enlaçando nossa origem com os Dragões, colocando-os num patamar Pré-causal ou existentes nos primórdios da realidade física, sendo uma das primeiras raças a pertencer a esse plano, possuindo uma longevidade aos níveis da imortalidade numa vivência pacífica e um extremo de equilíbrio entre eles e a existência, praticamente unos aos princípios energéticos que eles estão unificados, dominando tais propriedades para cumprir seus intuitos no ciclo da vida.  Por muitas vezes, nos deparamos com essas criaturas fantásticas, sendo os representantes de renovações Eonicas caracterizadas pelo despertar dos Dragões e sua fúria implacável em relação a natureza em algum risco iminente, provocando alterações dos princípios naturais em atividades transversais cataclísmicas, buscando a destruição de uma realidade sem possibilidades existenciais, iniciando uma nova era sob os escombros da outra, transmutando toda a energia e consequente matéria para mais uma chance de evolução dos seus habitantes. 





 Os grandes répteis alados são colocados em vários patamares durante a historia humana, desde guardiões de tesouros e almas imperiais, até honráveis e impiedosos Deuses das Tempestades e outros tipos de padrões ambientais destrutivos e renovadores. O pontos mais interessantes dentro de todo o contexto citado, é sua grande atuação espiritual, muitos mitos afirmam a origem dos Dragões, como seres pertencentes a outras realidades/dimensões, são Reis dos planos espirituais mais profundos, detentores e conhecedores dos mistérios do passado sombrio do cosmos e habilidosos caminhantes entre os caminhos tortuosos da múltipla realidade a nossa volta.  





 É muito interessante vagar  entre os meandros misteriosos que envolvem as trilhas do conhecimento sobre esses seres majestosos, é espantoso como muitas culturas diferentes falam sobre os mesmos contos envolvendo esses seres de maneira tal concreta e embasa,  realidades separadas continentalmente e ainda assim,  as míticas serpentes aladas continuam a vagar pela realidade mística/mágica e fabulista de diversas culturas primitivas e modernas, abusando da resistência cronológica e sobrevivendo a milênios de adaptações, corrupções e destrutividade mágica e imaginativa.


              Dragões em todos os cantos : 

Os Dragões da Amazônia : 


 Existem relatos milenares de antigas tribos de hábitos espiritualistas, habitantes do coração da floresta Amazônica, sobre a existência desses fascinantes seres que transitam entre os planos e esferas de consciência capazes de ser igualmente percorrida pelos mestres das matas : Pajés  do coração Amazônico e os Xamãs do Alto florestal Andino,  localidade onde a tribo que mais expressa tais lendas, falam em seus ritos e historias, sobre esses seres fantásticos  expulsos de sua realidade estelar, acarretando sua fatídica  queda para a este mundo.   Os Xamãs anciãos da tribo Conibo denominavam esses seres como : " Os morcegos gigantes.", pois, em sua linguagem, não há palavra que defina o termo Dragão, logo, eles utilizaram da nomenclatura animal que mais se aproximaria da iconografia dos seres. Em seus contos, passados oralmente por seus ancestrais, é dito  que os " Morcegos Gigantes." são os  verdadeiros Senhores das trevas exteriores ( Espaço/Vácuo)  e lutaram contra uma civilização opositora do reinado dos Dragões, esses outros seres eram conhecidos pelos antigos Xamãs como os Homem-aves, pois, esses seres, são vistos como humanos de cor alva com asas penosas, muitos evangelistas e especialistas em antropologia ficaram fascinados com os mitos e as comprovações da autenticidade cronológica milenar das informações, pois, o mesmo povo preserva os desenhos de seus ancestrais, talhados nas pedras dos Andes e considerados como uma memória sagrada da alma central dos Conibos, os mesmos desenhos narram todas as informações sobre esses seres e a " guerra no céu escuro".  Os Senhores das trevas exteriores são agora seres entre-planos cativos a terra,  aprisionados pelos homens-aves a essa realidade e condenados a atuar nesse e nos outros planos dessa esfera. 






Os Dragões da Suméria : 







 Deuses pré-existenciais, os Dragões Sumerianos eram considerados a alta casta divina original, a própria Deus/a que deu origem a realidade física : Tiamat, era um Dragão hermafrodita que representava a soberania sobre todo o Caos e Ordem., depois de muitos conceitos e culturas adaptados através dos séculos, os dragões foram perdendo a forma de culto e rebaixados a posições hierárquicas menos expressivas e atuações  mais brandas,  apontados como defensores de templos, servos dos Deuses maiores e em alguns mitos, considerados como Deuses inconformistas, lutando pela soberania da realidade, tentando reaver o direito sanguíneo dos dragões, sobre o trono que um dia pertenceu a Tiamat. O mais interessante é a similaridade entre a versão Suméria e a Conibo, ambas os mitos, encontramos Dragões sendo rebaixados e banidos dos reinos celestes por seres hominídeos alados, encontramos uma similaridade gritante que podemos entender que as duas civilizações tiveram contatos com os mesmos seres em continentes diferentes.