terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O Totem. O Caminho. O Xamâ ( Parte 1)










 Quando falamos dos totens, estamos familiarizados com a figura animal, espírito selvagem dominador dos seus atributos ferais, uma espécie primitiva de guia entre os mais variados planos de atuação da consciência humana, um defensor implacável contra as diversas formas de potências com o intuito prejudicial sobre a sua realidade como um todo, contudo, o xamanismo, nos dá uma noção bem mais complexa sobre o tema e suas características, evidenciando uma variada gama de critérios, esferas e arquétipos, ligados a todas as realidades do plano físico. 
   


 O caminhante, normalmente liga a figura totêmica quase que obrigatoriamente aos animais, um erro de visão singelo e despretensioso, ferindo profundamente as culturas ligadas as específicas formas de lidar com a espiritualidade natural, levando em consideração a ideologia panteísta de crenças tribais milenares, é algo que deve-se prestar atenção e ser corrigido no âmago de nossa busca pelo conhecimento da alma. 



 Dentro da crença Xamã, existem questões solidificadas, independente das mutações culturais e distâncias geográficas que podem elucidar nossa consciência e nos oferecer uma perspectiva grandiosa sobre os conceitos gerais do mesmo, onde encontramos as seguintes tradições : 



 O xamã é um Deus encarnado, personificação das energias nele depositadas e por ele trazidas a atuação em nossa realidade, sendo o grande maestro, hapto a tal feito, dominador do ciclo da vida.


 Tudo que há no universo possui alma, pensam, merecem respeito como parte da trilha de sincronização com as forças naturais, pedras, ventos, plantas possuem um lugar no ciclo das existências. 


 Nessa linha de raciocínio, entramos numa parte muito interessante :Os espíritos totêmicos não se restringem ao reino animal, os espíritos das plantas, minerais, estrelas, elementos, também possuem a definição e atuação totêmica. 


 Um Xamã é um curandeiro, contudo, pode ser um poderoso castigador, tendo o conhecimento, contato e interação com os ciclos naturais, ele pode evocar tanto as forças regeneradoras, quanto destruidoras da natureza. 
  
     
Os espíritos da natureza são essencialmente sábios e completamente conscientes das condições existenciais, possuindo uma coerência comportamental, onde eles sabem muito bem quando serem amistosos e completamente selvagens, de acordo com a necessidade.    

                  
  Xamãs possuem linhagens de atuação, nunca são conectados com todas as forças da natureza em si, possuem uma tradição e uma esfera de atuação, praticam honrarias e sincronizações à suas linhas espirituais, assim, promovendo a sintonia entre eles e sua espiritualidade primordial, desenvolvendo sua capacidade de interação com os mundos naturais ligados a eles, fortificando essa harmonia, melhorando seus dons. 


   O caminhante na trilha do Xamanismo, é um eterno peregrino dos mundos internos e externos, é uma jornada pela verdadeira visão, suprimida pela falta de conexão com a natureza, afastando sua alma da verdadeira ótica universal, distanciando-a de si mesmo, perdendo sua essência em comunhão com o todo, deixando de existir como um ser consciente, hapto e merecedor da sabedoria arcaica que a memória cósmica é capaz de oferecer.  

( Continua )


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