quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Samira ..




Incinerada com vestes impuras eu fui, com todo o negro da noite sobre meu admirável corpo, mesmo em chamas, os homens ainda olhavam minhas curvas, abraçada pela minha pura e imaculada irmã, seu gesto foi fiel e totalmente irrelevante, não alterou nossa condição, nosso destino, não lamento pelo meu começo, assim interpreto minha morte, apenas como principio da minha estrada sem fim, ainda caminho nas noites desse mundo tocando minha sinfonia, não posso me queixar das dores causadas pelas chamas, pois o ódio não deu lugar a essa agonia, foi como arder em ódio puro, minhas lagrimas corriam como lava.
A morte foi um alivio simples artimanha do universo, para me encaixar na grande dança cósmica, como arauto das maculas noturnas, assim me defino. Eu provoquei muita dor em vida e prometi continuar a minha dança sepulcral, rodeada de meus queridos morcegos que me seguem desde meu nascimento, me reconhecem como sua imperatriz. Eu, Samira Melabeth abdiquei a luz do Sol de minha vida e morte, me entreguei a Lua e a noite como minhas soberanas e o Caos como meu ministro.
Tocar minha sinfonia é o que faço. Ouça...

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