domingo, 5 de setembro de 2010

O Bobo aos pés do rei.




Desde os primórdios do mundo, quando reis dominavam as terras, uma única voz ditava o destino de um grande território, magos eram seus fieis conselheiros, consultados como fontes de saber e esperança de respostas. A razão sempre esteve ao lado do imperador, representado pelos velhos alquimistas, astrólogos e bruxos, mais o caos e a loucura sempre estiveram ao seu lado sem pestanejar, a todo tempo, dormindo aos seus pés, brincando, alegrando, com seu jeito inocente e despretensioso. A loucura sempre esteve balançando seus guizos e promovendo sorrisos aos poderosos Reis, ao mesmo tempo sempre esteve perto de seus ouvidos, promovendo o culto ao Caos em suas inconsciências, trazendo a tona os sentimentos profundos, a sombra, o eu oculto que promove a destruição e a evolução através do ego exaltado.
O Louco/Bobo da corte, sempre chama atenção pelas palavras sem sentido, pelo menos para os ouvidos da razão, enquanto a razão desconhece, seus instintos inflam ao sentir as vibrações promovidas pelas palavras proferidas pelos arautos da loucura, pelos filhos do Caos.
Imagine, depois dessas afirmações, quantos reinos não foram destruídos, não por exércitos, ou pela ordem de um Rei e sim pela vontade do louco/Bobo da corte, através de seus delírios, quantas tragédias foram evitadas, quantas guerras apaziguadas.
Não confie no louco, simplesmente inspire-se, preste atenção em suas palavras, não tente entender, apenas sinta a energia manifestada, o sentimento exaltado.
Quando confia na loucura, mergulha no abismo dos sentimentos insanos, poucas são as mentes capazes de voltar do mundo além do precipício da razão, se torna o jarro consagrado pelo cósmico louco, vagante entre os planos mentais, incompreendido no mundo carnal, exaltado como parte do Eterno ciclo das existências entre os seres etéreos, não como mero caminhante, sim, como parte do caminho rumo a eternidade.

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