terça-feira, 7 de outubro de 2014

Feiticeiros: Arautos do Destino (Parte 2)











  Fazendo um resumo rápido sobre a primeira parte desse tema interessantíssimo que abrange não só atos mágicos, mas, o cotidiano ritualístico da humanidade, cheios de manias e tradições em relação a atitudes e costumes envolvidos com as mais plurais culturas e religiosidades através desse lindo planeta, infelizmente massacrado por nossa ignorância.  A feitiçaria é a metodologia prática onde intencionamos nossa força de vontade e a projetamos  ao astral( Plano das ideias)  para conduzir alternativas pré-moldadas em nossa mente como um fator, acontecimento ou ocasião específica que necessitamos no decorrer do tão esperado futuro ao nosso modo e gosto, modulamos energias astrais, assim, influenciando as dimensões temporais necessárias, irradiando nossa energia psíquica ( Intenção/ Vontade) nos fluxos entrópicos da realidade, utilizando da cadência encontrada nos túneis quânticos de informações receptadas e enviadas para a rede de informação ( Tal como a sinapse mental, nossa instrutura também promove essa troca de informações com a realidade em sua cadeia nervosa primitiva que abrande toda a existência de maneira sub-atômica), desse modo, modificamos os padrões  de acordo com nossas ambições, desejos, necessidades, proporcionando a alteração conformativa das esferas de eventos aleatórios, assinalando para o destino, a condição essencial para você, induzindo a possibilidade mais confortável de maneira consciente, manifestando sua vontade como um decreto. 




Concentração : Buscando a mudança. 

 Existe uma interminável gama de formas de promover esse tipo de ação sobre a realidade, nos deparamos com  diversas crenças onde a promoção da vontade sobre o todo é parte atuante e necessária, contudo, o ato em si, é muito diferenciado, desde formas mais contemplativas, como a meditação profunda, um ato devotado e sério, quando o ser humano reserva sua existência  para os hábitos de equilibramento e esvaziamento mental, criando espaço para um trabalho árduo de comunhão psíquica com o todo, atingindo um grau de concentração interna e externa, onde o mesmo consegue focalizar sua realidade sobre alguma necessidade pessoal ou coletiva, logo, promovendo seus objetivos. Convenhamos que o método focado inteiramente a meditação  é o mais brando e prolongado de todos, necessitando de muita paciência e disciplina, fugindo da intenção prática e rápida que a Feitiçaria nos oferece em outras faces do método, contudo, é parte fundamental da prática, pois, a focalização da intenção é necessária em qualquer instância, seja ela totalmente voltada ao pragmatismo ou dogmática em demasia. 











Artifícios : Materializando o imaterial. 

As formas mais claras e abundantes de feitiçaria no mundo inteiro, são as relacionadas com uma grande interação com fetiches, objetos e instrumentos em geral, possuindo uma forte tradição metodológica dentro do quesito feitiçaria e a atuação do praticante, essas peças fundamentadas no âmago inconsciente da humanidade, atuando como fontes colossais de poder para a obtenção das dádivas requeridas pelo necessitado. Aprofundando nosso raciocínio nos meandros semióticos desses itens, encontramos uma ligação extremamente peculiar entre as capacidades ocultas humanas e a representatividade iconográfica dos mesmos,  remontando milênios de reflexões humanas injetadas no arquivo mnemônico Universal. 

 Exemplos básicos e não menos importantes, são as funcionalidades primordiais de materiais mais encontrados em todas as formas de feitiçaria ao redor do mundo, expressando ideias, medos, vontades, coragem e terrores ancestrais  antiquíssimos, uma vastidão de informações geradas por simples objetos, fazem toda a diferença para a mente, necessitando de meios para burlar deficiências pessoais e dificuldades involuntárias. 

A vela : 

Um dos maiores símbolos de devoção e renovação cíclica na historia da humanidade, representando o elo coletivo e a necessidade da comunhão dos vivos com os mortos, quando a sabedoria perdida é necessária no meio como uma forma de auxílio e inspiração para equilibrar alguma adversidade do qual o ser praticante tenha consciência que um ente no outro plano tenha mais capacidade e conhecimento para resolver, nos proporcionando um conforto mental onde podemos nos concentrar e alcançar a esfera vibratória, conectando nossa realidade com uma realidade Superior ( Sem distinção polar), efetivando a comunicação com seres Celestiais responsáveis pela regência de vários aspectos psicológicos, mentais, físicos, espirituais da existência. Algo visualmente mínimo, possui uma convicção gigantesca e milenar em seus "ombros" e não devemos inferiorizar o condicionamento interno e externo que a presença desse artifício pode fazer quando presente em qualquer ato mágico e/ou misticista. 





O fogo :

Como consequência das conexões entre planos atribuídas a definição mnemônica do objeto citado anteriormente, não podemos esquecer das tangentes do mesmo tema, varias são as funcionalidades do fogo dentro das práticas mágicas no mundo, contudo, vamos caminhar por critérios menos citados e destrinchar sua essência representativa : 

* Em tempos imemoriais, a descoberta desse elemento,  desencadeou uma revolução geral sobre a vida dos seres "inteligentes" dessa terra,  marcou um período, definindo a sobrevivência e a perpetuação de uma sub-parte da raça dominante, assim, ocasionando a vivência prolongada e a tranquilidade deles.  O fogo era usado inicialmente, como um simbolo de mistério, desencadeando o enigma e ao mesmo tempo, o temor sobre as mentes que desconheciam essa energia, evitando muitas intercorrências desagradáveis através da intimidação que o mesmo provocava, afastando os maus intencionados, pois, o detentor do fogo, era o dominador de uma força  Superior/ Divina que punia dolorosamente aqueles que buscavam conquistar aquilo que não os pertencia. 

* Garantiu a existência de tribos em péssimos momentos da realidade, onde a natureza em seu estado cataclísmico, assolou o meio ambiente com temperaturas frias e mortíferas, logo, o primeiro conceito sensorial espacial em amplas proporções atribuído ao acontecimento denominado morte, foi o inverno e suas baixíssimas temperaturas que condicionavam os vivos para o fatídico final, nessa mesma linha de raciocínio, observamos o fogo como aquele que garante  e prolonga a vida, nos proporcionando uma aura de benéfica ( Calor ) que nos permite continuar a existir. Encontramos nessa análise, os conceitos duais de bem e mal em seu estado primitivo, completamente mutáveis, pois, no decorrer da evolução humana, existiram várias experiências negativas e positivas com ambos os aspectos da natureza primordial necessária, interpretando de maneira mística, encontramos um paradoxo no condicionamento e atuação desse símbolo. 

Encontramos diversos métodos ligados com a perpetuação da existência ou encurtamento do mesmo ligados ao elemento fogo, feitiços de renovação, concentração, preservação e desmantelar destrutivo de ocasiões, objetivos e pessoas, essa variabilidade tem que ser levada em consideração quando usamos um simbolo, atributo iconográfico numa prática, pois, o bem e o mal em critérios mentais são extremamente paralelos, por isso, é necessário muita atenção no que usamos de maneira ritualística e as energias universais que esses ícones podem reavivar na nossa memória inconsciente. 

Instrumentos e armas mágicas : 



 Evoluindo este texto, creio que já captaram a ideia central da linha de pensamento proposta, a importância dos mínimos detalhes, por mais simplista que seja seu ato mágico e/ou misticista, é imprescindível para a objetivação concreta e firme do que você realmente quer, pois, nos critérios e caminhos multi-versais que nos envolvemos quando estamos dispostos a interagir com a magia, compreendendo-a antes de tudo e consequentemente aceitando-a, definindo em sua mente uma ideia focalizada que irá gerar uma certeza absoluta do que está fazendo, promovendo as alterações necessárias sem se preocupar com adversidades, pois, a sistematologia tortuosa das condições etéreas funcionam como uma oposição que define os limites daqueles que realmente prezam a busca e os que almejam a trilha movidos por ideias contraditórias atestando sua própria falta de harmonia interna e externa para gerar os efeitos necessários sem desequilibrar o eixo de suas existências mágicas ou alterar condições relativas a níveis críticos, prejudicando egrégoras e outros caminhantes. 

 Instrumentos e armas, definem desde sempre o que você é em relação aos atributos que a vida cogita em suas necessidades,  como diz as palavras de Sidartta : " Você é o que você pensa" e todo o acúmulo existencial de experiências e rituais ( Atos e funções aprimoradas com atos repetitivos )  necessitam de personificações físicas ou ideológicas que representem a sua extensão mental e espiritual na realidade, quando você externiza suas ações primariamente mentais para o plano físico com o intuito de facilitar suas práticas recorrentes.  Um instrumento simboliza parte de você sendo colocado num ato,  é a promoção simbólica da alma e amor por algo sendo definida em critérios empíricos,  expressando a evolução de seus feitos e a sua dedicação, pois, o símbolo é a marca conceitual do vitorioso em suas ações voltadas a superação de si mesmo num ato de coragem e pura ousadia, seja esse ícone material ou não, pois, uma ideia, forma de atuação não possui uma necessidade obrigatória de exteriorização, pois, a marca principal, está no feito, na qualidade e na dedicação dos meios humanos de seguir em conformidade com sua evolução mental/física/espiritual em ligação com qualquer âmbito, portanto, a figuração imaterial possui tanta valia quanto a material, se sintetizada da maneira correta e desenvolvida como uma habilidade edificante para o utilizador. 

  " Sua primeira arma é a mente, sua primeira fé está no coração, sua alma é o altar primordial de sua revolução mágica."
 
  ( Carlos Henrique )

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