"É a obra-prima de Deus, o seu criador o ameaça com a espada, à sombreira do lótus, entre o junco do pântano e debaixo do salgueiro, como sua morada"
(Bíblia de Jerusalém, p.569)
Pretendo neste texto, inicialmente explicar algumas conotações gerais sobre a figura da mítica besta encontrada em mitos Judaicos, contudo, possuindo algumas ligações com definições de outras culturas nos contos e trechos atribuídos a ele, acredito que essa variação pode ser bem condicente ao tema, devido ao extenso contato inter-cultural feito pelos Hebreus e sua assimilação de muitos mitos de variadas culturas, incorporando-os na sua própria narrativa mitológica.
Beemot/Behemoth/Beremoth vive à sombreira do Lótus, simbolo da pureza e da presença Divinal, a flor do firmamento celestial, encontrada sob os passos dos iluminados unos com o Todo e abaixo das manifestações da Divindade nesse universo, como seus assentos, representando a total harmonia dos seres celestiais sobre a natureza e a realidade como de uma maneira geral, o mesmo vive à sombra do Celeste, logo, existe a afirmação sobre a condição sombria da besta, Deus afirmando-o como um habitante do lado sombrio, sendo a manifestação da força divina obscura.
No Midrash ( Livro Judaico) Behemoth é dito como o regente e protetor da terra, uma força irrefreável da existência, único ser capaz de enfrentar Leviatã, o regente das águas e manifestação da fúria marítima de forma igualitária. Os dois representam e regem as duas potências elementais imprescindíveis sob um arquétipo cataclísmico do mesmo, atestando a atuação soberana e carácter imperador das potências sombrias sobre o aspecto físico da realidade.
Em vários textos encontrados na cultura Judaica e suas variantes religiosas no decorrer da historia conhecida, vemos Elohim ( Deuses ) exilar Behemoth e as outras bestas semelhantes em poder e atestar a excelência criacionista de seu feito, dando-lhes um título de grandeza suprema, sendo tais Bestas, a maior criação já conhecida, nas afirmações dos mitos citados, onde tal sintetização singular manifestou sobre a existência, seres de inigualável poder que não podem ser vencidos.
Ciclos existenciais cataclísmicos :

"O que está em cima é como o que está embaixo. E o que está embaixo é como o que está em cima."
(Hermes Trimegistos)
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