quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Veneza...
Caminho entre homens e mulheres mascarados, fazendo todas as suas vontades protegidos pelo mistério sob a face. A alegria é contagiante, parece às festas na casa de minha tia Margareth, onde ouvimos somente os sons de risadas acompanhadas por violino, e castanholas. Neste caso é uma comoção de proporção bem maior.
Estou tentando descolar algum dinheiro, algo que eu possa me erguer, muitas pessoas de posses estão misturados a plebe, observo atentamente toda a imensidão de pessoas, procurando minha primeira investida. Vejo algo interessante, além das jóias, seu corpo parece brilhar como ouro polido ao meu gosto, seus olhos brilhantes e sua face expressa uma seriedade sensual, andando em direção a praça. Mulher de negro, juro que posso ouvir o atrito entre as pulseiras de ouro, refinado gosto em comunhão ao estupendo corpo. Vejo a oportunidade apropriada para conseguir todo aquele ouro e corpo, caso haja uma oportunidade afortunada. Em meio a tanta festa e alegria era totalmente incomum ver uma pessoa sem um belo sorriso, vagando entre os foliões com grande determinação parecia deslizar sem obstáculo, nada a tirava do seu destino.
Vejo-me em uma perseguição movida pela ganância e desejo. O brilho do ouro se misturando ao rebolar daquelas ancas sigo em frente tentando enxergar o ouro, mas, minha atenção é voltada pra pele, para o desejo de consumi-la como licor.
Chego mais perto e seguro-a pelo braço levemente e perguntou seu nome, pela primeira vez vejo um sorriso manifestar naquela face seria:
-Me chamo Samira.
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