quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Lilith, entre os Céus e os Infernos ...
A maioria dos interessados em misticismo, estão familiarizados com o peso e temerosidade depositados na figura de Lilith. Informações felizmente encontradas em ruínas, proporcionaram uma melhor compreensão da suposta rainha dos "infernos", o majestoso achado, a grande biblioteca de Assurbanipal, clareou as mentes daqueles que viam Lilith de uma maneira nociva, nos esclarecendo sua origem no culto de Inanna e sua posição como a grande Sacerdotisa de seu templo, tendo o título de : A mão de Inanna. Obviamente, ser a mão, as atitudes terrenas de uma Deusa da terra, fertilidade que podemos comparar com a Gaia grega, é uma posição espiritual bem diferente das afirmações comummente encontradas em culturas recentes como a Hebraica ( Em relação a antiguidade da cultura Suméria).
Dentre seus títulos, encontramos um que exemplifica de maneira magnífica a atuação de Lilith, como a manifestação da Deusa da vida sobre a terra:
Lilith. A pomba sublime...
Essa era uma das formas de se denominar a Deusa Suméria dos ventos, sua condição relacionada a intercessão entre os homens e Deuses, um espírito divino que é responsável pela conexão entre a terra e os seres celestiais, encontramos também, o conceito de mensageira e executora de Inanna, pois, Lilith era responsável pelas ações ordenadas pela suprema Deusa da vida, como sua "mão" nesta realidade.
Lilith, a grande coruja negra:
Como Deusa da noite, a coruja é seu animal, nos remetendo a sabedoria oculta em seus gestos e os mistérios guardados pela noite, sendo uma Deusa guardiã da sabedoria sombria, pois, a mesma ressurgiu da morte, trazida por Ereshkigal, possuindo o conhecimento além do véu da vida.
A queda de Lilith:
Encontramos indícios do princípio das mudanças na esfera de atuação de Lilith, em alguns mitos Sumérios, onde eu pessoalmente enxergo um comportamento muito integro provindo dela. Há um mito, onde seu consorte, o Deus dragão das Tempestades Zu (Anzu), tentou roubar as tábuas do destino, artefato que permite controlar o universo e obter a soberania sobre ele, o mesmo é de posse de Anu, o supremo Deus dos céus. Zu foi sentenciado a morte pela corte Celestial e Lilith, não aceitou permanecer sem seu consorte e pediu aos Deuses que destruíssem seus corpos e prendessem seus espíritos numa Figueira ( Árvore ligada ao culto de Lilith), Ela, arquitetou um plano, onde através de sua magia, fez as raízes da figueira crescerem até a Casa dos Mortos, Reino de Ereshkigal, depois de muitas adversidades, ela consegue promover um trato com a Deusa do Submundo, ela proporciona a ressurreição de Lilith e Zu, permanecendo como Deuses da vida e da morte, com a condição de resolverem alguns fardos relacionados a Ereshkigal e Nahemah, sua irmã.
A ave noturna de Hullupu:
A maior questão que desencadeou a "demonização" de Lilith, está nas traduções do Sumério Cuneiforme, colocando-a como a ave noturna que tinha seu ninho feito no tronco da mítica árvore Suméria. Esse mito aparece no épico de Gilgamesh, confundindo Lilith com a ave "ki-sikil-lil-la-ke".
O culto de Lilith, sobre a figura da imagem de Ereshkigal, foi muito comum entre os povos Mesopotâmios, seus escravos, logicamente, viam com um teor maligno, os Deuses de seus escravagistas.
Comportamento Lilithiano:
A Deusa dos ventos, Lilith, sendo a conexão entre-mundos e regente das bençãos da terra, suas capacidades ligadas entre as propriedades físicas e celestes, nós dá a noção de suas características psicológicas através de seus atributos, nos mostrando sua mentalidade adaptativa e comportamento volátil. Possuindo o dualismo-comportamental bem expresso na maneira de agir dos Deuses Sumérios, sendo bons ou ruins a medida da necessidade, encontramos Lilith entre a luz e a escuridão, sendo o elo entre as duas polaridades, o eixo neutro e estabilizado entre as potências energéticas.
Em seu culto, encontramos uma forte ligação entre Lilith e a Lua nova, mostrando o conceito de reconstrução e endo-visão, o momento do Eclipse é o auge do que podemos exemplificar como o grande equilíbrio entre os princípios de perpetuação da vida na terra, onde a luz solar é neutralizada pelo bloqueio da lua, nos proporcionando uma ideia de equilíbrio e ligação entre os mundos. Podemos conotá-la de maneira psicológica e afirmar sua ligação arquetípica com os reinos inconscientes, sendo uma força de interação entre as propriedades do físico e Celestial, podemos denominar sua existência como um simbolo da viagem as profundezas do ser, onde habitam nossos instintos mais profundos e o que há de mais primordial e puro, sendo a detentora e regente dos caminhos até nossa natureza Divina.
Lilith como uma Deusa dos ventos e noite, obviamente é a matrona dos espíritos ligados às mesmas propriedades naturais, portanto, os Assakus dos ventos e noite ( Casta de Deuses menores e espíritos ancestrais, criados ou elevados pelos Deuses da cultura Suméria) bons e ruins (dualismo comportamental) ou a mistura de ambos, são seus servos.
Um exemplo é Lamashtu : A maior entre os Assakus dos ventos,regente das doenças disseminadas pelo ar, uma Deusa-menor da morte, a mesma foi muito comparada com Lilith por muitas culturas, mas, originalmente é um espírito servo, seu culto foi elevado e muito disseminado na Babilônia.
Carlos H. (Diabolus Constanzo)
@CarlosTheFool
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